Apresentação | Este minicurso propõe uma reflexão filosófica sobre o sentimento de absurdo que emerge diante do uso intensivo das inteligências artificiais no cotidiano contemporâneo. A partir da filosofia de Albert Camus, especialmente do conceito de suicídio filosófico, investigaremos como a crescente dependência das IAs pode representar uma forma moderna de renúncia à autonomia do pensamento humano.
Em um contexto em que a tecnologia se insere silenciosamente nas funções mais básicas da vida cotidiana, substituindo decisões, expressões e processos de reflexão, questiona-se até que ponto a razão humana está abrindo mão de si mesma. Com apoio também da crítica kantiana à minoridade intelectual, discutiremos se a adesão acrítica às respostas automáticas oferecidas pela IA configura uma negação racional da própria vida consciente.
O minicurso visa fomentar um debate sobre os riscos de uma alienação sofisticada, na qual o ser humano, ao buscar soluções rápidas e externas, se afasta de sua capacidade crítica, tornando-se refém do tempo, do capital e da própria tecnologia. Trata-se, portanto, de refletir sobre o desafio de preservar a lucidez e a autonomia em tempos de respostas fáceis. |